Os Maias

Encontro com Personagens

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Carlos da Maia

A paixão trágica de um diletante

Enquanto se prepara para ir aos Olivais, Carlos fala da sua vida social, de médico desocupado em Lisboa, ocioso e diletante – entre a ópera, os jantares, as reuniões com amigos no Ramalhete, João da Ega e Dâmaso Salcede, os Cohen, Tomás de Alencar, mantem relações amorosas secretas com a condessa de Gouvarinho. Relembra a 1ª vez que viu M. Eduarda, no Hotel Central, depois procura-a em Sintra, visita-a na rua de S. Francisco, instala-a nos Olivais e, profundamente apaixonados, decidem partir para Itália.

Carlos da Maia

“Falhámos a vida, menino.”

Numa sala do Ramalhete, vazia e coberta de panos, Carlos relembra o seu drama, 10 anos passados: Guimarães entregara documentos de Maria Monforte que a revelavam ser a mãe de Maria Eduarda e de Carlos Eduardo. A noite de incesto consciente por parte de Carlos. A morte de Afonso da Maia. Tudo acabara. Carlos e Ega reencontram-se em Lisboa, este comenta “falhámos a vida, menino”.

João da Ega

Amigo e confidente

Ega relembra a sua vida em Celorico, a sua amizade com Carlos desde Coimbra, e agora em Lisboa, os seus escritos sempre inacabados como As Memórias de um Átomo, os amores frustrados com Raquel Cohen. Relembra o jantar no Hotel Central, os debates literários entre o velho romantismo de Tomás de Alencar e o novo realismo na literatura, bem como a acérrima crítica política às elites e à decadência nacional.

Maria Eduarda

Dignidade e tragédia

Maria Eduarda está a fazer a mala, vai partir para Paris, depois de saber da sua trágica relação incestuosa com Carlos.  Relembra momentos da sua vida em França, a morte da mãe, a filha Rosa, a relação com Castro Gomes e a sua relação com Carlos em Lisboa, na R. de S. Francisco e nos Olivais.

Condessa de Gouvarinho

Vida vazia e insatisfeita

De existência vazia, fala da sua relação secreta com Carlos da Maia e de outros convivas dos serões mundanos em que passa os seus dias como mulher fútil.

Dâmaso Salcede

Provinciano e novo rico

Vaidoso, arranjando-se ao espelho, vai falando de Carlos, do Ramalhete, de Raquel Cohen, de Maria Eduarda e das vinganças e pulhices cobardes que engendrara com Palma Cavalão.

Miguel Real

Sobre Os Maias, de Eça de Queirós

Escrevendo Os Maias, publicado em dois volumes em 1888, Eça problematiza setenta anos de liberalismo constitucional, evidenciando, tanto o progresso civilizacional existente em Portugal quanto a vacuidade das elites políticas e intelectuais. Neste sentido, sobre a história de amor incestuosa entre Carlos e Maria Eduarda, a maioria dos capítulos d`Os Maias e a maioria das personagens encerram uma lição sobre os momentos da história contemporânea de Portugal, mas em nenhum capítulo, como em nenhuma personagem, Eça propõe uma visão dogmática, definitiva ou exclusiva sobre o futuro de Portugal – é esta a lição do novo humanismo crítico de Eça, a certeza de que Portugal, monárquico ou republicano, pobre ou rico, moderno ou arcaico, dura (como escreve em 1890).

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